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Arquitetos: António Borges | Infraestruturas de Portugal | IP Património; António Borges | Infraestruturas de Portugal | IP Património
- Área: 6867 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:João Paulo Frade
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Fabricantes: Aura Light, Barrisol, Carmo, Daikin, GSI, Guardian Glass, Liftech, Lledò, NEC, Navarra, Tecnodeck, VMZINC
Descrição enviada pela equipe de projeto
O projeto bridge experience, promove uma série de experiencias físicas, sensoriais e intelectuais, associadas à visita de uma infraestrutura singular na cidade de Lisboa e na Europa - a Ponte 25 de Abril. A Ponte assegura a travessia do rio Tejo, entre Lisboa e Almada, afirmando uma presença destacada no território, incontornável sob o ponto de vista visual e físico quando se vive, se visita, ou simplesmente se passa pela cidade de Lisboa. Fazem parte desta infraestrutura, um conjunto de elementos construtivos em betão e aço - pilares, maciços, cabos de amarração, partes integrantes da estrutura técnica da Ponte que resultam em “peças” construídas de expressão formal, plástica e cênica únicas.
O conceito do projeto consiste na conciliação da vivência destas pré-existências, conjunto de “lugares técnicos”, com a implantação de construções pré-fabricadas e um elevador, onde será associada a comunicação do conhecimento histórico, técnico e cultural da Ponte 25 de Abril. Na base do desenvolvimento conceitual, temos a repetição de um elemento vertical, em compósito de madeira ou alumínio, de cor cinza em contraste com a cor da estrutura metálica da ponte, em que o seu conjunto define uma textura, presente em todos os elementos a construir, estabelecendo-se assim uma coerência formal na presente intervenção.
O desenvolvimento formal e funcional começou por ser desenhada a marcação de um percurso-viagem através do conjunto de espaços exteriores e interiores que compõem a “amarração Norte”, pontuado por algumas construções de apoio logístico e por essa razão de expressão formal efémera, perdendo-se estas, intencionalmente, na proximidade de uma estrutura com a expressão construída da Ponte. A primeira construção tem uma matriz de recepção, onde estão disponíveis balcões de informações e bilheteira, venda de merchandising, instalações sanitárias e controlo de acessos.
Os percursos exteriores são marcados ao nível do pavimento pela escolha de diferentes tipos de inertes que permitem manter a permeabilidade do solo. O conjunto dos três volumes de betão, composto por um maciço central e dois maciços laterais, simétricos, separados por espaços de largura e altura desproporcionadas, resulta em percursos originais em que a diferença de escalas nos planos horizontal e vertical, confere aos espaços percorridos características monumentais. Estes percursos são pontuados estrategicamente, por grandes superfícies em aço corten inseridas no pavimento, com informação técnica a cerca da Ponte e dos seus princípios estruturais.
Ao nível dos espaços interiores visitáveis, existentes nos três maciços de amarração, a diversidade de escalas nas proporções dos planos horizontais e verticais, conjugadas com as diferenças claro-escuro, resultantes dos grandes espaços interiores em betão, quase sempre com uma única e exígua abertura para o exterior, conferem a estes “lugares técnicos” um valor cênico especialmente vocacionado para a exposição e performance de atividades de expressão artística e cultural. Estes espaços ao serem visitados, revelam simultaneamente pormenores construtivos da infraestrutura, através da presença de vários troços de cabos de aço, de expressão formal e plástica únicas a uma escala monumental.